quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Novos direitos dos trabalhadores domésticos tramitam em busca de aprovação no Congresso Nacional.

Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que amplia os direitos trabalhistas dos empregados domésticos avançou mais um passo no Congresso Nacional, o texto agora terá que passar por duas votações no plenário da Casa e, se aprovado, com o apoio de pelo menos 308 votos, seguirá para análise do Senado, onde também tem que passar por comissões e votações em dois turno no plenário. Só depois de passar nas duas Casas e ser promulgada, a emenda entra em vigor.

O texto estende aos trabalhadores domésticos direitos assegurados hoje a todos os trabalhadores urbanos e rurais como jornada máxima de 44 horas semanais e oito horas diárias, pagamento de hora extra, de adicional noturno, de seguro desemprego, de salário família, entre outros. Para conseguir aprovar a emenda, no entanto, a deputada Benedita da Silva negociou com o governo e diferenciou, na emenda, direitos que serão assegurados de imediato, sem exigência de uma regulamentação por nova lei, e os que dependerão de lei para que sejam aplicados.


- Não conseguimos tudo o que queríamos, mas avançamos. Para que alguns direitos vigorem, é preciso regulamentação, ajustes à Previdência e simplificação da legislação, para o empregado não ser tão onerado, garantir um modelo diferenciado do das empresas - comemorou a deputada Benedita da Silva.

De imediato, a emenda garantirá às domésticas o direito à jornada de trabalho de 44 horas semanais e oito horas diárias e o pagamento de horas extras. Também assegura os seguintes direitos sem necessidade de regulamentação; "garantia de salário mínimo quando a remuneração for variável; proteção do salário, constituindo crime sua retenção dolosa; redução de riscos inerentes ao trabalho; reconhecimento de acordos e convenções coletivas; proibição de discriminação de salário, de função e de critério de admissão e proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 16 anos".

Outros direitos dependerão de nova lei, que deverá tratar da simplificação do cumprimento de obrigações tributárias por parte do empregador e do empregado doméstico e também de adequação na questão previdenciária. Entre eles está a obrigatoriedade do FGTS ( hoje ele é opcional para as domésticas), pagamento de adicional noturno, de seguro desemprego, salário família e proteção contra demissão arbitrária e sem justa causa.[

Hoje, a Constituição Federal já assegura aos trabalhadores domésticos alguns direitos trabalhistas, além da integração à Previdência Social. São eles: salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado; irredutibilidade do salário; décimo terceiro salário; repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; férias anuais e pagamento de adicional de um terço do salário normal; licença gestante de 120 dias; licença paternidade; aviso prévio de no mínimo 30 dias e aposentadoria.

O presidente da comissão especial, deputado Marçal Filho (PMDB-MS) vinha tentando aprovar o relatório da deputada Benedita desde o primeiro semestre desde ano. Mas havia resistência por parte de integrantes da comissão, que evitavam garantir quórum à sessão de votação. Nesta quarta-feira, assim que obteve o quórum de 14 deputados e antes que a ordem do dia no plenário da Casa fosse iniciada, ele colocou o texto em votação e o relatório foi aprovado simbolicamente.

Os propositores da PEC informam que o Presidente da Câmara prometeu a inclusão na pauta do plenário da Casa ainda neste semestre (2º) de 2012.

Fonte: http://oglobo.globo.com/economia/pec-que-amplia-os-direitos-das-empregadas-domesticas-avanca-na-camara-6663290

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