segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Uso dos porquês

Exposição Breve, numa visão panorâmica: 
PORQUÊ – junto com acento: substantivo precedido de artigo ou outro determinante. P.ex.:

Sei o porquê de sua decisão. A aprendendo um porquê, podemos aprender todos os porquês.

PORQUE - junto sem acento: 

 Conjunção explicativa ou conjunção subordinativa causal (= pois). P.ex.: Não vá, porque é perigoso.  Ele não foi porque havia perigo.

POR QUÊ separado e com acento: usado no final de oração interrogativa direta ou indireta, antes de ponto. P.ex.: Você não veio por que?  - Ele não veio e não sabemos por quê

POR QUE separado e sem acento: (= pelo qual); usado em frases interrogativas indiretas. P.ex.: 
Não sei o motivo por que ele não veio. - Por que você não veio?  (avoca ou não a apalavra razão).

OBSERVAÇÃO: diante das expressões EIS e DAÍ (não substantivada) usa-se “por que”. P.ex.: 
Eis por que fui o vencedor da competição. Daí por que o aluno (fulano de tal) não veio à aula.

“Mau” ou Mal”:

MAU (adjetivo, antônimo bom). Exemplo: mau aluno, mau momento.

MAL (advérbio de modo, antônimo de bem). P.ex.: 

Seu argumento está mal-estruturado. - Ele se comportou mal. Mal com l é advérbio, pode ser também substantivo.

Substantivo, antônimo de bem, com artigo ou outro determinante. Exemplo: Esse mal não tem remédio.  Ela sofre de um mal incurável.

Conjunção subordinativa temporal (= assim que, logo que). P.ex.: 

Mal chegou, saiu.

Colocação pronominal.

PRÓCLISE – MESÓCLISE  – ÊNCLISE 

Os pronomes pessoais átonos (me, te, se, lhe, o, a, nos, vos) - podem ocupar diferentes posições com relação ao verbo. Podem vir antes do verbo: ... te abençoa (próclise). Podem vir no meio do verbo:

Garantir-lhe-ei (mesóclise). Podem vir após o verbo: Basta-me (ênclise).

a) – Quando é que se usa a próclise, ou seja, o pronome colocado antes da forma verbal: Com palavras de negação (não, nada, ninguém etc.): 

Ninguém lhe disse a verdade. Não o vejo há muito tempo. Nada o detém.

Com pronomes relativos ( que, quem...): Tens que  beijar a mão que te abençoa. Não se sabe o que se passou entre eles depois. Esta é a pessoa a quem me refiro.

Com certas conjunções adverbiais, pronomes indefinidos (que, quando, se, lá, sempre, já todos, tudo, etc.): Só aceito se me pagarem o dobro. Já se sabe quem venceu. Nada se perde, tudo se transforma.

b) – Quando é possível a MESÓCLISE? - Quando o pronome é colocado no meio da forma verbal. Com verbo no futuro do presente ou futuro do pretérito: Dir-lhe-ei o que sei sobre o caso. Ser-me-á difícil decorar a peça em ta pouco tempo.

c) – Quando é possível a ÊNCLISE? Ou seja, o pronome colocado após a forma verbal? - Essa situação é a mais comum: nas frases começadas por verbo: Passe-me o pão. (Não é permitido, na língua culta, começar frases por pronome oblíquo).

Quando o verbo estiver no infinitivo, precedido de preposição: Estou disposto a perdoar-lhe. Tornarei a vê-los no próximo ano. Contentou-se em chamá-los.

NOTA: Em outros casos, a colocação do pronome oblíquo átono geralmente é livre, mas deve-se levar em conta o ritmo e a sonoridade da frase.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E FONTE MATERIAL DE PESQUISA:

ANDRÉ, Hildebrando A. de. Gramática Ilustrada 3ª edição: Editora Moderna, 1984. 

DAMIÃO, Regina Toledo; HENRIQUE, Antonio. Curso de Português Jurídico 8ª Ed., São Paulo. Editora Atlas, 2000.

Minidicionário da Língua Portuguesa, Editora Melhoramento, 2000.
Minidicionário HOUAISS da Língua Portuguesa 3ª ed., Rio de Janeiro – Editora Moderna, 2009.
HORCAIO, Ivan. Dicionário Jurídico Referenciado 2ª edição: Primeira Impressão, 2007.
NASCIMENTO, Edmundo Dantés. Linguagem Forense: Editora Saraiva, 10ª edição, 8ª tiragem, 2001.



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